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O AMOR EM I JOÃO

A epístola de 1 João talvez seja um dos principais livros do Novo Testamento que aborda o tema do amor. João, o apóstolo, descreve o amor de forma intensa e profunda, sempre fazendo comparações e paralelos sobre o real significado de amar. Ele o faz principalmente contra aqueles que apenas dizem que amam. Duas expressões de João podem ser utilizadas para sintetizar tudo o que ele escreve nesta epístola sobre o amor. “Deus é amor” (1Jo 4.8,16) e “amemos uns aos outros” (1Jo 3.11,23).

João não está preocupado em teologizar sobre o amor. Mas em descrevê-lo da forma mais prática e crua possível. Ele faz isto em diversos momentos de sua epístola, sempre apresentando o amor como uma expressão concreta da vida cristã. Por exemplo, em 1 Jo 3.18, ele escreve: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade”. Aqui, o apóstolo enfatiza que o amor não deve ser apenas falado, como se pudéssemos simplesmente confessá-lo com os lábios, mas colocado em prática através de atos concretos.

Para João, o amor deve ser uma
realidade palpável na vida dos cristãos.

Um outro lugar onde podemos ver João descrevendo o amor da forma mais prática possível está em 1Jo 4.7-8. Nestes versos, ele declara: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. Com isso, João está tornando a manifestação do amor de uns para com os outros a prova do novo nascimento. E o novo nascimento a prova deste amor. Em outras palavras, quando ele diz: “todo aquele que ama é nascido de Deus”, ele também diz: “só ama o que nasceu de Deus, e o que nasceu de Deus ama”.

Assim, para João, fica claro que o amor não é um mero sentimento, mas sim a obediência a um mandamento. Além disso, para João, o amor é também a expressão da essência de todo o que é nascido de Deus e o conhece. Dizendo de outra forma, o amor é uma prova do novo nascimento. Aqueles que são nascidos de Deus possuem a essência divina do amor, e isso se manifesta em sua capacidade de amar os outros. Aqueles que não amam não podem conhecer a Deus.

O amor é uma expressão da natureza
divina que é revelada em quem recebeu
o novo nascimento. Isto significa que o
amor é um reflexo da essência de Deus, que é amor.

Portanto, a prática do amor não é opcional para os cristãos. O amor é um mandamento dado por Deus e aqueles que nasceram de Deus e conhecem a Deus são chamados a amar os outros da mesma forma que Deus os amou. O amor é um sinal distintivo da vida cristã e também uma expressão da natureza divina que deve ser buscada ativamente pelos cristãos.

Outro ponto interessante da definição que João faz sobre o amor é está em 1Jo 4.12, ele diz: “Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado”. Neste versículo, João está afirmando que amar também é uma forma de permanecer em Deus e que quando os cristãos amam uns aos outros, Deus permanece neles e Seu amor é aperfeiçoado em suas vidas. Isto significa que quando o cristão ama, ele cresce, e Deus trabalha em sua vida. Neste mesmo sentido, quem não ama não é de Deus e jamais será aperfeiçoado.

Nesta epístola, o amor também é um indicador da autenticidade da cristã. Somente os cristãos podem amar, somente eles podem manifestar o amor de Deus, porque somente eles são nascidos de Deus e estão aptos a fazer o que o próprio Deus fez por eles: dar amor. Por quê? Porque somente os cristãos podem obedecer a Deus e somente eles possuem a verdadeira fé em Deus. Para João, a fé, a obediência e o amor estão interligados e não podem existir se um não tiver o outro.

somente os cristãos podem obedecer
a Deus e somente eles possuem
a verdadeira fé em Deus

Por fim, a epístola de 1 João é de fato a mais bela mensagem sobre o amor divino e sua manifestação na vida dos cristãos. É justamente por isto que João é conhecido como o “apóstolo do amor”, pois ele foi o que melhor descreveu o amor de forma clara e prática o amor. Logo, 1 João nos desafia a amar uns aos outros como Jesus nos amou e a manifestar o amor de Deus em nossas vidas diárias, a fim de que sejamos testemunhas vivas do amor divino oferecido ao mundo através do sacrifício de Cristo Jesus.